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ESCATOLOGIA

Este trabalho tem por objetivo apresentar para o estudante de teologia uma visão macro, ou seja, um panorama das correntes das escolas de interpretação escatológicas, abrangendo definições dos termos gregos, bem como definições históricas seguidas da hermenêutica dos conceitos tribulacionistas, milenistas, preteristas, progressistas e futuristas. 

John F. Walvoord diz:

 

"A Escatologia bíblica é o ponto culminante da teologia sistemática". Partindo desse pressuposto procuramos entre os escritores e autoridades no assunto interpretações definidas e esclarecidas no intuito de trazer a todos os alunos e leitores uma noção ampla, ou mesmo uma reciclagem, sobre escatologia.

É de suma relevância para a Igreja do Senhor Jesus, que está envolvida numa obra sublime do Criador, conhecer acerca da literatura apocalíptica e ter clara e definida a diferença entre a Segunda Vinda (parousia) de Cristo e o arrebatamento da Igreja em todas as esferas de interpretação. Não há dúvida que existem enormes divergências no ensino dessa disciplina, de modo que não se tem uma linha definida sobre o assunto, abrindo assim para a discursão e o debate que de certa forma nos traz reflexão sobre o tema.

 

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Nossa preocupação não são os teólogos que defendem suas respectivas escolas de interpretação, em que por mais que não concordamos, existem métodos definidos sobre o assunto.  Pior que isso são os erros grotescos praticados pelos que se aventuram a defender um assunto que na melhor das hipóteses* confundem mais do que explicam, trazendo um prejuízo avassalador para a igreja.

              

Dessa forma, estudaremos nesta disciplina, conceitos atuais da escatologia, definição de termos teológicos, históricos e métodos de interpretações, colaborando para que o estudante construa uma noção teológica acadêmico-científica do assunto. Isto é importante uma vez que muitos estão sendo doutrinados com fundamentos denominacionais alheios à revelação das Escrituras. No entanto precisamos compreender como era visto esse assunto desde a época apostólica até os dias atuais.

 

O Novo Testamento nos mostra que a Igreja Primitiva tinha grande interesse e anseio pelos assuntos concernentes à volta de Cristo e pelos fins dos tempos. Veja, por exemplo, Tiago 5.7,8 em que podemos ler palavras de conforto aos primitivos crentes, quando o apóstolo lhes diz para fortalecer o coração, “pois a vinda do Senhor está próxima”. Pedro também escreveu que “o fim de todas as coisas está próximo...” (1Pe 4.7), e, na segunda epístola procura explicar a aparente “demora” do Dia do Senhor diante da zombaria de escarnecedores (2Pe 3.4-10). Nem se faz necessário mencionar Paulo, que reiteradas vezes fez menção à vinda de Cristo, como por exemplo, em suas epístolas aos Tessalonicenses.

 

Esse interesse pode ser visto também na história da Igreja até o século II e meados do século III. A partir de Constantino, após o decreto que deu ao cristianismo a posição de religião oficial do império romano, foi que esta verdade começou a ser deixada de lado como que se perdesse seu valor. Apenas em épocas muito recentes – a partir do reavivamento do século XIX – é que esta doutrina voltou a ter destaque no conjunto doutrinário da igreja, mesmo assim, ainda com certa indiferença e oposição. Isto pode ser explicado por, pelo menos, quatro razões:

 

  1. O estabelecimento de datas para a volta de Cristo, que não se cumpriram, resultando então num descrédito por parte de muitos no que se refere a assuntos escatológicos;

  2. Doutrinas destituídas de bases bíblicas, que difamam e distorcem a verdadeira doutrina da volta de Cristo;

 

  1. A existência de diversas ideias preconcebidas, bem como preconceitos que afastam muitos da compreensão sobre a volta de Cristo;

 

  1. A ausência da obra regeneradora do Espírito Santo em muitas vidas e consequente rejeição pela doutrina das últimas coisas, tanto por falta de fé em Cristo, quanto por “medo” do juízo final.

 

Mas é para a Bíblia que devemos olhar. De acordo com o Novo Testamento, os últimos dias (Hb 1.1,2) começaram com a encarnação, morte e ressurreição de Jesus, tempo descrito por Paulo como a plenitude dos tempos (Gl 4.4). Foi a primeira vinda a qual visou à redenção dos homens (Mc 10.45; Rm 8.3). A segunda vinda implantará o reino de Cristo em glória (Hb 9.28 cf. Ap 20.6).

 

Este intervalo de tempo entre a primeira vinda de Jesus há cerca de dois mil anos e a segunda vinda (parousia) em um futuro ignorado é conhecido como “o período da graça salvadora”. A Bíblia não mostra em parte alguma o dia, mês ou ano em que este tempo terminará, apesar das tentativas de muitos no decorrer da história, em calcular o tempo e estabelecer datas para a vinda de Jesus. Aliás, o que a Bíblia afirma é justamente que ninguém sabe o dia da volta de Jesus, “nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc 13.32; cf Mt 24.44; 25.13).

Afinal, o que diz a Bíblia sobre o final dos tempos? E o que os homens dizem sobre o que está escrito na Bíblia? É tempo de rever conceitos e permitir que a Palavra de Deus possa falar a nós hoje.

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